Page 32 - Boletim Informativo Santana 2021
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B o l e t i m   I n f o r m a t i v o   |   S a n t a n a                     P á g i n a  | 32

            PADRE JOSÉ AGOSTINHO BARREIRO

                                               “Aquele que tem ouvidos para ouvir, que ouça”. A afirmação, contida
                                               em Mateus 13:9, traz à memória a figura do padre José Agostinho Sousa

                                               Barreiro, pároco de Santana durante 18 anos, período que ficou marcado
                                               por várias realizações no templo da freguesia e pela sua forma de estar
                                               na vida e se relacionar com as pessoas. A sua morte, a 9 de fevereiro de
                                               2021, não deixou ninguém indiferente.
                                               O  “padre Agostinho”,  como  lhe  chamavam  com  respeito  e  carinho,
                                               nasceu a 8 de março de 1937, na freguesia da Lomba da Maia, concelho
                                               da Ribeira Grande. Os seus pais, Mariano Pacheco Barreiro e Teresa de
                                               Jesus Sousa, e o seu padrinho, o padre Arlindo, ajudaram a formar a sua
                                               personalidade e as suas escolhas de vida. A 27 de setembro de 1950, com

                                               apenas 13 anos, ingressou no Seminário Episcopal de Angra. Durante a
                                               sua permanência no seminário, Deus fê-lo viver dois rudes golpes: a
                                               perda da sua única irmã, que morreu do parto da sua segunda filha, e do

                                               seu pai. Estes acontecimentos não abalaram a sua fé e, a 3 de junho de
                                               1962, é ordenado sacerdote e celebra a sua primeira missa (Missa Nova)
                                               a 1 de julho do mesmo ano. A seu cargo fica a paróquia da Lomba de

                                               São Pedro (Ribeira Grande), que deixa em 1967 para, em Moçambique,
                                               desempenhar as funções de capelão militar até 14 de abril de 1970.
               Em São Miguel, aonde regressa em 11 de novembro de 1970, assume a paróquia da freguesia da Achada,


               onde permanece até 10 de março de 2018. São-lhe confiadas também as paróquias da Salga, Achadinha e

               Santana. “Nunca tinha pressa”, afirma uma paroquiana de Santana ao recordar o padre Agostinho que tinha

              sempre uma palavra de conforto e de ânimo para qualquer uma das suas “ovelhas” em sofrimento. Em


               Santana, o padre de aspeto frágil e rosto de menino, deixou obra feita e nunca precisou de levantar a voz

              para se fazer ouvir ou se impor. Em colaboração com as comissões fabriqueiras, o padre Agostinho – que


              preferia  a  diplomacia  ao  conflito  –  conseguiu  melhorar  o  templo  pelo  qual  era  responsável:  foram


              colocados forro e telha novos, soalho foi renovado, altares e imagens foram objeto de restauro, a sacristia

               foi melhorada, foi adquirido um painel para o Baptistério. Com a humildade e o reconhecimento que lhe

              eram  peculiares,  o  padre Agostinho  não  se  poupou  a  agradecimentos  aos  emigrantes  nos  EUA  que

               ofereceram o guarda-vento para o templo. Preocupado com os seus paroquianos que não vivem perto da

               igreja, em especial os da Feteira Grande, decidiu celebrar missa uma vez por mês no respetivo centro de

              convívio. Era também nesse dia que visitava os doentes, a quem ministrava a comunhão e a quem levava

               uma palavra de ânimo e conforto. “Era bem a imagem do pastor que vela pelo seu rebanho”, comenta uma

               paroquiana.  O padre José Agostinho foi também professor na Telescola, de 10 de outubro de 1974 a 30 de

              setembro de 1982, tendo exercido as funções de monitor na Achada. Ainda em 1982, iniciou a atividade

               letiva na Escola Preparatória do Nordeste e terminou a sua carreira de docente no ano letivo de 1998/99
               na  já  denominada  Escola  Básica  Integrada  e  Secundária  do  Nordeste.  Pela  sua  dedicação  e  serviços
              relevantes à causa nordestense, recebeu a 16 de junho de 2001 pelas mãos do então presidente, José Carlos
               Barbosa Carreiro, a medalha de mérito e a 14 de junho de 2012, um voto de congratulação na Assembleia
               Regional dos Açores.








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                              Igreja de Santa Ana                     Francisco Moniz da Silva Furtado
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